quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

We Were Carnaval...



E aí, gente, como foi o Carnaval?! É… O meu foi, podemos dizer... diferente.  

Senti a necessidade de expressar a minha visão sobre toda essa mudança que está ocorrendo nos últimos anos com o Carnaval da nossa querida cidade. Por isso venho aqui escrever, pela primeira vez, no blog. "Yeba! Yeba!".   

Todos sabem da ocupação predatória a qual a cidade é imposta pela ação dos camarotes, patrocinadores, blocos e demais aproveitadores (não vou me estender mais sobre isso). O fato é que, cada vez mais, toda essa privatização está acabando com uma festa que era pra ser popular e que funcionava bastante por ser do povo, abraçar toda a diversidade, personalidade e criatividade de cada um.  

Pois bem… O que tenho visto ao longo dos últimos 3 anos é o esvaziamento do Carnaval de Salvador. Digo isso com conhecimento de causa, pois sempre saio todos os dias de Carnaval na pipoca - como um bom folião soteropolitano e sem muito dinheiro (hehehe)! Li notícias de que o Carnaval foi devolvido ao povo, que tudo correu bem e a festa estava melhor do que nunca (talvez para uns que se fecham em seus mundos "camarotêscos"). É visível que a mídia e os grandes artistas baianos estão tentando forçar isso goela abaixo da população. Eu não caio nessa!  

Adotei um sistema de medida básico para a pipoca do Carnaval (além de percorrer todo o circuito Dodô): o fluxo do "becômetro" de Ondina! O famoso beco do Carnaval, que antes ficava lotado por toda sua mística e sensualidade (e também necessidades fisiológicas), hoje não consegue lotar nem 1/3 da sua extensão! Até os ambulantes, moradores do Carnaval, sentiram essa mudança e não montam mais suas barracas e estabelecimentos mais a fundo no beco.  

Não posso afirmar pelo circuito Osmar, por não ser muito fã e pela proximidade tentadora do circuito Dodô, mas vejo no Carnaval do Pelô uma boa alternativa para curtir ao velho e bom estilo 0800. Tenho ido lá e temos boas atrações que fazem valer os engarrafamentos e "paletadas". Ano passado tivemos a grata surpresa do show de ninguém mais, ninguém menos que Nação Zumbi! Esse ano tivemos Vivendo do Ócio, Cascadura, o divertidíssimo Bailinho de Quinta, entre outros...  

Apesar de tudo, nossa pipoca ainda consegue sobreviver com boas (porém escassas) atrações! O tradicional Trio de Armandinho, Moraes Moreira (meio enrolado, mas tudo bem... Assunto para outro texto) e seu filho Davi Moraes, a pipoca divertida e diversificada da quinta-feira d'Os Mascarados, Magary Lord (tenho uma opinião específica sobre a apresentação que vi dele no Carnaval, talvez poste depois), Paulinho Boca e participações especiais, o Micro-Trio (que conseguiu sair graças a muita luta), enfim... passamos bem, esbanjando muita alegria autenticamente baiana!
 

O que falar dos absurdos do Carnaval… Ahhhh, os absurdos! O prêmio desse ano vai, mais uma vez, para os camarotes que "inovaram" com a famigerada "Popcorn Experience"! É tão nobre que até o nome vem em inglês, rsrsrs. É rir pra não chorar. Segundo depoimentos do meu querido Beto Calasans (também um folião fiel), outro camarote, querendo imitar a "pipoca" do Harém, colocou um cordão de seguranças em frente ao seu estabelecimento tomando o espaço da pipoca real para criar o novo espaço bombante do momento. Me poupe, assim já é demais! "Pelo menos" o Harém utilizou o espaço do próprio camarote pra fazer as pessoas parecerem ridículas! Ainda podemos contar com prolongados engarrafamentos de trios, quando os "donos da avenida" resolvem fazer uma paradinha básica de 40 minutos a 1 hora na frente de camarotes estratégicos. Numa dessas, tive que subir com meu bom amigo Carneiro (somos quase uma fazenda) no barranco enlameado do morro Ipiranga para fugir do congestionamento, o que me rendeu uma boa queda no meio do cansanção e muito gelo pra passar a dor! Hiaeuheaiuehaiueahieauhae.  


Quase esqueço do nosso "querido" prefeito! Não seria melhor chamá-lo de defeito?! Comemorando o aniversário do nosso guitarrista Beto (parabéns, sacaninha!) na terça-feira, 21/02, estávamos na sala da casa dele eu, Silvio, João, Aninha, Nardele e mais amigos, quando na TV passa o nosso "defeito" pulando de alegria, beijando e declarando que o amor o mudou completamente! Antes ele amasse a cidade e a mudasse completamente também...  

Mesmo assim ainda consigo me divertir no Carnaval, o qual ainda me rende muitas histórias engraçadas, curiosas e boas para contar. O coração da festa ainda bate fraco, mas estará sempre ali espalhado pelas ruas da cidade esperando uma oportunidade de gritar "We are foliaaa!".  

Um forte abraço!  

Coelho.

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