terça-feira, 27 de outubro de 2009

For Good*

Eu me considero uma pessoa musicalmente curiosa. Sempre buscando conhecer novos e velhos artistas, estilos ou o que me desse na telha.

Há alguns anos, perdido nessas buscas, fui levado a conhecer um mundo até então completamente desconhecido. Um mundo onde a fantasia encontra a realidade, onde histórias infantis se tornam adultas e onde as artes (o teatro, a dança e a música, principalmente) convivem numa cumplicidade inexplicável. Por esse motivo, acredito que o nome ideal está muito distante do que é usado mas, na falta de outro melhor, é esse que uso. Fui apresentado aos musicais, especialmente os da Broadway (Nova York) e do West End (Londres).

Como estou entre as pessoas que não tem condições de conhecer os musicais in loco, conheci através do cinema e, minha primeira impressão foi a de quase todo mundo. Achei péssimo assistir a um filme onde todas as falas eram músicas. O filme era Evita, baseado na peça do cara que é, pra mim, o maior compositor de musicais do mundo: Andrew Lloyd Webber (Cats, Jesus Cristo Superstar e O Fantasma da Ópera, só pra citar os mais famosos).

Anos mais tarde (em 2004, eu acho), fui levado por uma amiga ao cinema pra assistir Os Produtores, e comecei a achar que poderia gostar desse negócio de musical. Ainda assim, meu impulso definitivo em conhecer o que se passava nesse mundo, só veio em 2006, através de outra amiga. Fui ao teatro assistir a uma apresentação dela num grupo de dança que montava cenas de musicais. Achei muito legal, mas fiquei encantado com uma música em especial. Curioso que sou, perguntei de onde era aquela música. E a resposta mudou minha vida: Rent.

Chegando em casa, fui à internet e baixei a trilha sonora do filme. Rent foi o meu primeiro amor nos musicais. Primeiro de muitos e o maior deles. Desde então, a procura só fez aumentar e o vício também. Chicago, Dreamgirls, Hairspray, Cats, Jesus Cristo Superstar, Mamma Mia!, entre outros, me conquistaram com suas belas histórias e lindas músicas.

Nos últimos meses, arranjei um novo amor. Esse não substituiu Rent, mas se juntou a ele. O nome é Wicked e conta a história da Bruxa do Oeste, a vilã da história do Mágico de Oz, nos dando uma perspectiva completamente diferente dela. Wicked é a minha dica pra os afortunados que forem a Nova York e quiserem conhecer alguma coisa da Broadway. Vou ficar com muita inveja dos que forem. Hehe!

É uma pena que, apesar de muitas montagens já terem vindo ao Brasil e essa cultura já existir, no Sudeste, Salvador ainda engatinhe. Pra quem estiver de passagem por lá, fica a dica de assistir O Despertar da Primavera (adaptação de Spring Awakening) ou Hairspray no Rio e A Bela e a Fera (São Paulo). Por aqui, teremos nos dias 6, 7 e 8 de novembro, no TCA, uma montagem de A Bela e a Fera, mas soube que os ingressos já estão esgotados.

Enquanto continuamos com pouco acesso, Hollywood está aí pra a gente com muitos filmes, incluindo vários vencedores de Oscar.

Sobre o grupo que assisti em 2006, é a Cia On Broadway, da Ebateca. Assisti nesse último fim de semana, no teatro Casa do Comércio. O On Broadway é sempre uma boa possibilidade de termos um pouco da Broadway e do West End por aqui. Ótima iniciativa.

Aí embaixo dois vídeos pra apresentar meus dois amores:
Do filme Rent - Os Boêmios, Seasons of Love:
http://www.youtube.com/watch?v=x8iTeDl_Wug
De Wicked, The Wizard and I (cantado por Idina Menzel, na Broadway):
http://www.youtube.com/watch?v=Z1Tbw2xI91g

Beto Calasans

* Música de Wicked, no sentido da música, “para melhor”.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

E você ai... assistindo televisão!

Essa foi uma semana de felizes surpresas, satisfações e tietagem.

Porra cara, a galera adora reclamar que nunca tem nada pra fazer, que não se pode mais ouvir música boa, que não tem lugares agradáveis, divertidos... Enfim devo confessar que tenho a impressão de morar em outra cidade.

De quinta-feira pra cá eu presenciei, por alto, três bons shows de diferentes estilos e públicos em lugares agradáveis e divertidos.

15/10 – Eric (Brinho) Assmar Trio (a satisfação)

O que falar de Eric? Pra mim certamente um dos melhores guitarristas da Bahia. O bicho está com um projeto insano e fez sua estréia na última quinta-feira. É o Eric Assmar Trio, que como o próprio nome diz é um trio comandado por Eric Assmar (guitarra e vocal) e apoiado pela segurança de Ricardo Ubdula (bateria) e a destreza de Rafael Zumaeta (baixo).

O som dos caras é um blues com muito sangue no olho, capricho nos arranjos e muito bom humor. Nessa primeira apresentação, no Clube do Blues que está rolando toda quinta no Groove Bar, eles tocaram clássicos do blues com uma roupagem mais nervosa e algumas vezes até adicionando uma pitada de outros gêneros como o funk e até mesmo o reggae, mas eu estou ligado que eles também vão apresentar músicas autorais e eu estou super ansioso pra ouvi-las.

Eu fiquei muito feliz com essa estréia dos caras e tenho certeza que eles também ficaram. Dava pra ver o brilho nos olhos do mentor e a satisfação do público e dos seus companheiros de banda por terem feito parte desse show que foi foda.

http://www.youtube.com/watch?v=zH_y6wKFe6U
http://www.youtube.com/watch?v=N_fJEeSW8hY
http://www.youtube.com/watch?v=DYTy-VgFgIs&feature=related
www.groovebar.com.br

16/10 – Neologia (uma feliz surpresa)

Rapaz... há muito que eu enrolo esses caras pra ir num show deles. Nessa última sexta, finalmente, fui. E velho... que show!

Para não fugir da regra de que todo artista é autista, Ian Lassere (vocal e violão), por duas curtíssimas horas, entra em transe e conduz, apoiado por seus companheiros de banda, a galera a um mundo que parece ser só dele, mas que acolhe qualquer um que não tenha receio do novo.

Com a guitarra clara e definida de Bruno Balbi, o baixo escorregadio de Vitor Vieira e a bateria eloqüente de Luciano Tucunduva a banda entranha nos ouvidos do público clássicos de compositores como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque, Milton Nascimento e Jorge Ben Jor através de arranjos sedutores e super bem resolvidos, além das músicas autorais que são de uma criatividade rara e já soam em tímidos coros.

Como se não bastasse, esse show, que rolou no World Bar, teve a participação requintada de Pedro Vieira (teclados e acordeom) e da percussão criativa de Caio Rubens.

Fiquei feliz com a surpresa e principalmente por ver uma banda jovem com um som tão maduro.

Gostei do neosom da Neologia. DÂÂÂÂ!

www.myspace.com/neologia
http://www.youtube.com/watch?v=hUJ1EMRWzdE
www.worldbar.com.br

18/10 – Márcia Castro (a tietagem)

Eu adoro show no Parque da Cidade, vou para quase todos. É de graça, o lugar é super agradável e geralmente são ótimas apresentações. Nesse domingo é lógico que estaria lá, afinal o último show que vi de Márcia Castro foi no início de 2008, tava morrendo de saudade.

Foi um show de uma hora e quarenta minutos baseado no primeiro disco dela, “Pecadinho”, lançado em 2007 e que na minha opinião foi uma das melhores coisas produzidas aqui em Salvador nos últimos tempos.

O disco e o show seguem a forte tendência que a crítica chama de “Nova MPB”, mas Márcia faz mais. Além dos timbres exóticos e acordes dissonantes ela resgata muito da música baiana sem cair no clichê e apresenta novos compositores daqui como Manuela Rodrigues e Luciano Bahia. Luciano, além de compositor de uma das faixas mais badaladas do disco (Queda), é o diretor musical do CD e do show.

Dia 13 de novembro ela volta a Salvador, dessa vez no Pelourinho e garanto que vou me surpreender novamente com a voz e presença marcante de Márcia Castro.

www.marciacastro.com.br
www.lucianosalvadorbahia.com.br
www.musicanoparque.com.br

Oh jovem, oh criança, oh juvenil, oh inocente... pare de reclamar! Só basta um pouquinho de paciência e outro tanto de curiosidade, a cidade está cheia de coisa bacana pra fazer e conhecer.

E só pra reforçar tudo o que eu falei, nessa quinta-feira 22 já tem o que fazer. Vai rolar Quarteto de Cinco e Enio e a Maloca no Yoko (Rio Vermelho), às 22 horas. Levanta daí rapá!
Silvio de Carvalho

terça-feira, 13 de outubro de 2009

BOOM!

Nos últimos dias é quase impossível ficar online ou assistir às notícias e não ouvir sobre o caos que está acontecendo no Oriente Médio.

Não estou aqui para influenciar o ponto de vista político de ninguém quanto a quem trapaceou ou de quem é a culpa. Tudo o que estou pedindo para cada um de nós é que nos lembremos dos cidadãos desses países. Não há muito que possamos fazer de fora além de ouvir e observar enquanto as coisas se desembaraçam e encontram sua ordem, mas nós podemos ter um momento para que possamos lembrar-nos daqueles que vivem por lá em nossas orações e pedir a Deus que tenha piedade dessas pessoas tentando defender seus direitos e sua liberdade.

Se suas orações podem salvar a vida de uma pessoa, então eu lhe agradeço antecipadamente por compartilhar este momento comigo.

Segue uma sugestão minha (para quem se interessar em segui-la): ouçam o álbum “Steal This Album” do System of a Down, especialmente a faixa “Boom!” (traduz bem meu sentimento sobre nossa civilização irracional). Arranjem um jeito de traduzi-la para o português. A internet está aí para nós.

Felicidades,
e vejam os jornais,

João

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Dia belo, um bom dia...

Os anos passam, mas a união permanece. E aqui está uma nova forma de mantermos viva essa vontade de dividir nossas experiências, pensamentos e críticas sobre as coisas do mundo. Através da música, eles tocando e eu acompanhando, podemos manifestar um pouco desse sentimento, mas “quando a gente não toca" procuramos uma forma de relatar nossas angústias, alegrias, tristezas, ansiedades, criações e sonhos. Por causa desse desejo foi criado um novo espaço Quarteto de Cinco e nada melhor do que um grande momento para inaugurá-lo: http://www.youtube.com/watch?v=G8CswW8dMK4 .

Por Taty (Produtora)