quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Houve boatos de que a gente tava na pior...



Foto: Agnes Cajaiba


Nosso último show em Salvador nesse ano de 2012 aconteceu em 21 de abril, no Portela Café. O último, de fato, foi no dia 24 de maio, em Vitória da Conquista. Quase sete meses atrás. De lá pra cá, tanta, e tão pouca, coisa aconteceu que muita gente nos perguntou se a banda tinha acabado ou se estava acabando.

Tão pouca coisa aconteceu porque as nossas movimentações em redes sociais e eventos diminuiu de maneira vertiginosa, quase a zero. A gente meio que sumiu pra vocês. Nesse sentido, até pra a gente, o Quarteto de Cinco acabou sumindo. Por outro lado, os trabalhos de bastidores não pararam e isso nos dava perspectivas que animavam com relação ao retorno.

Na verdade, vivemos entre 2010 e 2011 um período de acontecimentos muito frenéticos, muitas conquistas e, após a nossa chegada do Asian Beat, sentimos a necessidade de fazer coisas novas, um disco. Somando-se a isso, o ano que se mostrou ruim pra a música “alternativa” daqui e outros acontecimentos internos, a coisa meio que desandou. Tivemos grandes alterações na formação da banda, com a saída de pessoas muito importantes pra nós e a chegada de outras que já somam bastante pela experiência e bom relacionamento. Conseguimos firmar algumas parcerias e os frutos já vão começar a ser colhidos.

Entre esses frutos está o nosso novo EP, que será lançado em pouquíssimo tempo. Gravado em agosto, no estúdio Coaxo do Sapo por Pedro Arantes e Gabriel Martini, ele terá cinco músicas novas e uma faixa bônus, que já faz parte do nosso show há mais de um ano.

Estamos muito animados com a nova fase que se desenha e torcemos pra que vocês curtam muito o que vem por aí.

Enfim, bons drink!


quinta-feira, 12 de abril de 2012

Sempre Voltando

E aí, essa galera! Tem um tempão que não escrevo aqui. Nesses meses, o tempo passou e eu nunca escrevi o último capítulo da nossa viagem asiática, mas agora fica meio fora de timing, né? Hehe!

Apesar disso, eu não posso deixar de fazer alguns agradecimentos. Em nome da banda, quero agradecer ao pessoal da Yamaha Musical, que nos recebeu muito bem em todas as etapas pelas quais passamos. Não dá pra citar todos porque eu acabaria esquecendo de alguém, mas é preciso falar de Renato Zangrossi, Ricardo Sakaguti e Hiwasa, que estiveram em contato constante com a gente durante todo o processo e durante a nossa viagem à Ásia. Grandes pessoas!

Também queria mandar um grande abraço pra as bandas que estiveram em São Paulo conosco na final do festival: Fleeting Circus (RJ), Colorphonic (PR), Kiara Rocks (SP) e nossos amigos da Distintos Filhos (DF). Excelentes bandas!

Pra você que tem banda e tá aí na dúvida se é uma boa se inscrever no festival, a resposta: tá esperando o que? O festival é de verdade e a experiência é pra a vida inteira! Será que a gente pode inscrever a Quarteto de novo? Hahaha!

O link do festival: Yamaha Brazilian Beat

O ano começou e muita gente deve estar pensando que o Quarteto sumiu ou está parado. Na verdade, passamos esses primeiros meses ensaiando coisas novas. Estamos preparando o nosso disco e temos algumas músicas engatilhadas pra gravar. Estamos trabalhando muito e bastante ansiosos pra chegar ao resultado disso e todo mundo conhecer o que estamos produzindo.

Agora começa uma nova fase. Vamos voltar a tocar e apresentar algumas dessas novas canções. Assim, vamos poder amadurecer os arranjos e avaliar a recepção que vocês terão delas. Tomara que gostem!

Uma delas, "Talvez Não", vocês já podem conferir nesse vídeo:

No próximo dia 20, vamos a Vitória da Conquista fazer um barulho no Viela Sebo Café e, no dia 27, no Portela Café, aqui em Salvador. Não deixem de ir que vai ser sucesso. As informações completas estão lá na agenda do nosso site: www.quartetodecinco.com.br.

Não deixem de curtir a nossa página no Facebook e de nos seguir no Twitter.

Por fim, fiquem com o vídeo, inédito, da nossa apresentação na final do festival Yamaha Brazilian Beat, dia 4 de setembro de 2011, no Carioca Club em São Paulo. E nos ajudem a divulgar!

Aquele abraço,
Beto Calasans


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

We Were Carnaval...



E aí, gente, como foi o Carnaval?! É… O meu foi, podemos dizer... diferente.  

Senti a necessidade de expressar a minha visão sobre toda essa mudança que está ocorrendo nos últimos anos com o Carnaval da nossa querida cidade. Por isso venho aqui escrever, pela primeira vez, no blog. "Yeba! Yeba!".   

Todos sabem da ocupação predatória a qual a cidade é imposta pela ação dos camarotes, patrocinadores, blocos e demais aproveitadores (não vou me estender mais sobre isso). O fato é que, cada vez mais, toda essa privatização está acabando com uma festa que era pra ser popular e que funcionava bastante por ser do povo, abraçar toda a diversidade, personalidade e criatividade de cada um.  

Pois bem… O que tenho visto ao longo dos últimos 3 anos é o esvaziamento do Carnaval de Salvador. Digo isso com conhecimento de causa, pois sempre saio todos os dias de Carnaval na pipoca - como um bom folião soteropolitano e sem muito dinheiro (hehehe)! Li notícias de que o Carnaval foi devolvido ao povo, que tudo correu bem e a festa estava melhor do que nunca (talvez para uns que se fecham em seus mundos "camarotêscos"). É visível que a mídia e os grandes artistas baianos estão tentando forçar isso goela abaixo da população. Eu não caio nessa!  

Adotei um sistema de medida básico para a pipoca do Carnaval (além de percorrer todo o circuito Dodô): o fluxo do "becômetro" de Ondina! O famoso beco do Carnaval, que antes ficava lotado por toda sua mística e sensualidade (e também necessidades fisiológicas), hoje não consegue lotar nem 1/3 da sua extensão! Até os ambulantes, moradores do Carnaval, sentiram essa mudança e não montam mais suas barracas e estabelecimentos mais a fundo no beco.  

Não posso afirmar pelo circuito Osmar, por não ser muito fã e pela proximidade tentadora do circuito Dodô, mas vejo no Carnaval do Pelô uma boa alternativa para curtir ao velho e bom estilo 0800. Tenho ido lá e temos boas atrações que fazem valer os engarrafamentos e "paletadas". Ano passado tivemos a grata surpresa do show de ninguém mais, ninguém menos que Nação Zumbi! Esse ano tivemos Vivendo do Ócio, Cascadura, o divertidíssimo Bailinho de Quinta, entre outros...  

Apesar de tudo, nossa pipoca ainda consegue sobreviver com boas (porém escassas) atrações! O tradicional Trio de Armandinho, Moraes Moreira (meio enrolado, mas tudo bem... Assunto para outro texto) e seu filho Davi Moraes, a pipoca divertida e diversificada da quinta-feira d'Os Mascarados, Magary Lord (tenho uma opinião específica sobre a apresentação que vi dele no Carnaval, talvez poste depois), Paulinho Boca e participações especiais, o Micro-Trio (que conseguiu sair graças a muita luta), enfim... passamos bem, esbanjando muita alegria autenticamente baiana!
 

O que falar dos absurdos do Carnaval… Ahhhh, os absurdos! O prêmio desse ano vai, mais uma vez, para os camarotes que "inovaram" com a famigerada "Popcorn Experience"! É tão nobre que até o nome vem em inglês, rsrsrs. É rir pra não chorar. Segundo depoimentos do meu querido Beto Calasans (também um folião fiel), outro camarote, querendo imitar a "pipoca" do Harém, colocou um cordão de seguranças em frente ao seu estabelecimento tomando o espaço da pipoca real para criar o novo espaço bombante do momento. Me poupe, assim já é demais! "Pelo menos" o Harém utilizou o espaço do próprio camarote pra fazer as pessoas parecerem ridículas! Ainda podemos contar com prolongados engarrafamentos de trios, quando os "donos da avenida" resolvem fazer uma paradinha básica de 40 minutos a 1 hora na frente de camarotes estratégicos. Numa dessas, tive que subir com meu bom amigo Carneiro (somos quase uma fazenda) no barranco enlameado do morro Ipiranga para fugir do congestionamento, o que me rendeu uma boa queda no meio do cansanção e muito gelo pra passar a dor! Hiaeuheaiuehaiueahieauhae.  


Quase esqueço do nosso "querido" prefeito! Não seria melhor chamá-lo de defeito?! Comemorando o aniversário do nosso guitarrista Beto (parabéns, sacaninha!) na terça-feira, 21/02, estávamos na sala da casa dele eu, Silvio, João, Aninha, Nardele e mais amigos, quando na TV passa o nosso "defeito" pulando de alegria, beijando e declarando que o amor o mudou completamente! Antes ele amasse a cidade e a mudasse completamente também...  

Mesmo assim ainda consigo me divertir no Carnaval, o qual ainda me rende muitas histórias engraçadas, curiosas e boas para contar. O coração da festa ainda bate fraco, mas estará sempre ali espalhado pelas ruas da cidade esperando uma oportunidade de gritar "We are foliaaa!".  

Um forte abraço!  

Coelho.

sábado, 10 de dezembro de 2011

QUARTETO NA ÁSIA #4 - Tóquio, Japão. Dia 2


Devido a algumas demandas pessoais, só agora, quase um mês após a nossa chegada, foi possível parar pra terminar de contar as nossas peripécias em terras asiáticas. Antes tarde do que nunca!

"Bi dá ibagens, han?!"

Acordamos cedo pra tomar aquele senhor café da manhã do hotel e sair pra conhecer tudo o que aquele único dia ia nos permitir.

Pegamos o metrô superlotado e, como não podia deixar de ser, alguma coisa deu errado. O metrô parou no meio do trilho, faltando duas estações pra a gente saltar. No mesmo instante, ouvimos um comunicado, em japonês, pelo sistema de alto-falante. Hiwasa traduziu: "Caiu alguém no trilho". Agora, imagine qual seria a reação dos passageiros de um metrô brasileiro, ao receber uma notícia dessas e ficar presos por cerca de 20 minutos. Imaginou? Em Tóquio, as pessoas ficam quietas, em silêncio, esperando a normalização e o retorno do movimento do trem. Sim, é assim! Em nós, a sensação era de agonia e claustrofobia. Os minutos pareceram horas mas, enfim, a situação se resolveu e partimos rumo ao nosso primeiro destino: o Templo Sensoji.

Quando saímos da estação, ao longe, Hiwasa nos mostrou um edifício dourado, todo envidraçado, que tinha no alto uma formação diferente e branca. Ele explicou que o prédio pertencia a uma cervejaria e a sua cor e formato eram para simular um copo de cerveja, com a espuma. Genial! Ao seu lado, pelo menos do nosso ponto de vista, a Tokyo Sky Tree, uma torre que está em finalização, com previsão de inauguração para esse mês. Ela mede 634 metros e é uma das mais altas do mundo.

Caminhamos um pouco e chegamos ao Kaminarimon (Portão do Trovão), que dá acesso a uma espécie de feirinha onde encontramos uma variedade enorme de artigos japoneses à venda. Hora de comprar presentes! Caminhando e comprando, fomos atravessando a feira em direção à Hozomon (Porta do Tesouro), a entrada do templo. Descrever os sentimentos desse momento é impossível. Estávamos diante de uma construção milenar, cheia de simbologias de uma cultura que a gente só entende, ou pensa que entende, quando conhece pessoalmente. O Sensoji foi fundado no ano 645 e, de tempos em tempos, são feitos reparos para que ele esteja sempre conservado.

Saímos de lá e voltamos ao metrô, dessa vez em direção a Ginza, a avenida de Tóquio onde encontram-se as lojas das maiores grifes do mundo, em alguns casos, verdadeiros shoppings. Prada, Tiffany, Louis Vitton e Rolex estão entre as marcas que possuem lojas em Ginza. Lá, nosso objetivo principal era visitar a da Yamaha. Entramos no prédio, que devia ter uns 20 andares, e percebemos que cada um deles era dedicado a um setor: piano, sopro, cordas, partituras, CDs etc. Andamos embasbacados com a quantidade de coisa que tinha lá. Era um mundo de coisas relacionadas a música. Impressionante! Acho que esse foi o momento onde percebemos com clareza como a Yamaha é gigantesca.

Já passava das 13h quando fomos almoçar. A comida japonesa é tão boa que não podíamos deixar passar nenhuma refeição. Após o almoço, ainda em Ginza, visitamos o prédio da Apple e entramos em outra loja de instrumentos musicais, onde encontramos tudo o que procurávamos. Acho que ficamos quase duas horas lá. Saldo final: Silvio com amplificador, Beto com pedal, João com gaita e Thiago com baquetas. Depois desse tempo perdido, ou não, o que nos sobrou era insuficiente para visitar qualquer outra coisa. Sendo assim, voltamos ao hotel para nos preparar para a última noite da viagem.

Ninguém queria que ela chegasse, mas chegou. Nossa última noite na Ásia foi tranquila. Caminhamos pelas redondezas do hotel, numa região que lembrava muito aquelas imagens noturnas da Times Square, cheia de letreiros luminosos e gente caminhando. Andamos meio sem rumo durante um tempo e paramos num restaurante para a nossa melhor e mais variada refeição no Japão. Comemos tanta coisa que não dá pra lembrar de tudo. Beto e Coelho, que não gostavam de peixe cru, reexperimentaram o sashimi (Coelho continuou sem gostar); Silvio e João, saquê. Pra terminar o jantar, um brinde à viagem e voltar ao hotel pois, o retorno começaria cedo. Acordar às 6h para ir ao aeroporto Narita, rumo a Salvador.

Continua...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

QUARTETO NA ÁSIA #3 - Tóquio, Japão. Dia 1


"Bi dá ibagens, han?!"

Como a nossa estadia no Japão gerou muita história pra contar, achamos melhor dividir ela em duas partes, uma para cada dia.

Embarcamos no avião, em direção a Tóquio, no dia 14 às 12:45 (01:45 do horário brasileiro), cheios de empolgação com o que iríamos conhecer. A viagem de uma cidade à outra dura aproximadamente 2 horas, então estávamos certos de chegar cedo ao Japão e poder aproveitar ao máximo o que nos restaria do dia. Mas a vida nos preparou algumas surpresas.

Chegamos no horário previsto, por volta das 14:45, e desembarcamos do avião em direção à imigração. Éramos em sete pessoas: nós cinco, Renato e Hiwasa, gerente de Marketing da Yamaha no Brasil, japonês e meio que nosso guia. Naturalmente, precisamos nos separar de Hiwasa na hora da apresentação do passaporte para a imigração. Fomos, cada um pra um guichê e começou o problema: várias perguntas perdidas sobre o que íamos fazer no país, conversas entre os atendentes, em japonês, e a gente olhando um pra a cara do outro sem entender nada. Acho que se passaram uns 10 minutos nisso, até que Beto, Silvio, Thiago e Renato foram levados a uma sala, enquanto Coelho e João foram liberados. Os quatro "presos" sentaram numa sala e ficaram assistindo à movimentação das pessoas, resolvendo o problema. Tudo resolvido, pelo menos pra uns; Beto, Silvio e Renato foram liberados e Thiago ficou mais um tempinho sozinho. Mas foi rápido. A explicação foi que o nosso visto era de turista mas, como todos eram músicos, eles queriam saber se estávamos indo fazer algum show por lá, o que era proibido pra o nosso tipo de visto. Conseguimos entrar em Tóquio.

Por conta do atraso, perdemos o ônibus que nos levaria ao hotel, e precisamos ir de metrô. Entramos com mala e cuia no primeiro trem, sem ter a mínima noção do que nos aguardava. Admiramos a cidade, tiramos várias fotos e fomos pulando de trem em trem em direção a Shinjuku, a estação mais próxima do hotel. O problema é que, à medida que o tempo foi passando, foi chegando o horário de pico e o metrô foi ficando cada vez mais cheio. Quando fomos entrar no último trem, na estação Shinagawa, a confusão foi tão grande que, dois de nós não conseguiram entrar. João e Thiago ficaram do lado de fora, pra desespero de todos.

Começou então uma sequência de suposições, erros e acertos de julgamento pra que pudéssemos nos encontrar. Enquanto o grupo que entrou achava que os dois ficaríam parados na estação, esperando que alguém voltasse, eles saíram pra procurar alguma forma de entrar em contato pela internet. Hiwasa saltou na estação seguinte pra esperar, caso eles tivessem entrado no trem seguinte, esperou três passarem e voltou à estação, mas não os encontrou. O outro grupo foi pra Shinjuku, esperar a resolução do problema. Pelo menos 40 minutos se passaram até a hora em que Hiwasa chegou, sozinho, a Shinjuku. O grupo, então, resolveu se dividir: Coelho ficou na estação e os outros foram ao hotel, tentar algum contato via internet com a dupla dinâmica. Dessa forma, os dois grupos conseguiram se comunicar e resolver o quiproquó. Hiwasa voltou à estação e esperou, com Coelho, pela chegada dos dois.

A programação pra a noite foi matar a fome e visitar um bar de uma amigo de Hiwasa. Fomos a um restaurante típico, para experimentar o tempurá. Ao contrário do que achamos da comida coreana, a japonesa é deliciosa. No Japão então...! O tempurá era um mix de camarão, enquia do mar, beringela, cogumelo e aspargo empanados. Acompanhava, o sempre presente, arroz, sopa e um molho. Comemos muito e saimos mais do que satisfeitos com a refeição.

De lá, fomos ao bar do amigo de nosso anfitrião. Willie é um japonês apaixonado pelo Brasil e seu bar é todo decorado com cartazes, discos e bugigangas brasileiras. O nome do bar é Aparecida. Ele tinha discos de tudo: axé, pagode, samba, funk carioca, bossa nova, rock e tudo o mais que tem no Brasil. Raridades! Na verdade, o que estava acontecendo era uma reunião de pessoas que, como Willie, adoram o nosso país. Ouvimos eles tocarem muitas músicas brasileiras, especialmente bossa nova e nos divertimos muito. É importante lembrar da versão de "É o Amor" em japonês. Também tocamos algumas coisas e recebemos deles um jornal sobre o Brasil. Nele, havia uma nota, em japonês, falando sobre o Yamaha Brazilian Beat e a gente. Muito estranho ver o nosso nome em japonês. E engraçado também. Pra fechar a noite com chave de ouro, tocamos "Ela". Noite maravilhosa!

Depois corremos pra o metrô, pra pegar o último trem em direção ao hotel. Tomar banho e dormir, porque o dia seguinte seria longo e corrido.

Continua...

terça-feira, 15 de novembro de 2011

QUARTETO NA ÁSIA #2 - Seul, Coreia do Sul


"Bi dá ibagens, han?!"

Nossa estadia em Seul foi uma correria imensa. Chegamos, depois de 36 horas de viagem, ao aeroporto de Yncheon (pronuncia "intchón") e pegamos um ônibus pra Seul. Yncheon fica a 1h30min da capital e fomos admirando, fotografando e filmando todo o caminho. É tudo muito diferente e muito mais organizado que Salvador. Descobrimos que Seul é a cidade das pontes. Tem um grande rio que atravessa a cidade e, por toda a extensão dele, há pontes de diferentes tipos e formatos. A temperatura era fria, mas nada que um casaco não resolvesse.

Estávamos todos cansados e sedentos por um banho, afinal, não tomávamos desde Salvador e ninguém aguentava o fedor acumulado. Mas não foi bem assim que aconteceu. Chegamos ao hotel com o cronograma todo apertado e nem pudemos fazer o check in. Deixamos nossas malas no lobby do Lotte World Hotel (depois falo mais sobre ele) e entramos no ônibus, em direção ao AX Hall, onde seria o evento. Nosso ônibus levava 3 bandas: nós, a do México e a da Índia. Uma Babel.

Tínhamos uma intérprete com a gente, Paola, uma argentina que mora na Coreia há 2 anos e estuda português a 1. Apesar de hermana, Paola era a típica asiática, por isso foi um susto quando descobrimos isso. No mais, ela era gente boa da melhor qualidade!

Chegamos ao lugar e fomos direto participar da orientação, que foi onde nós descobrimos o quão metódicos os asiáticos são. Eles fizeram todo o roteiro de como seria o evento. Ficaríamos no segundo andar, até chamarem a gente pra ir ao camarim esperar a hora de tocar, subir ao palco, tocar e continuar no camarim até o fim do evento. Tudo devidamente ensaiado. E a pontualidade, tão famosa pelos ingleses, é de impressionar. Tudo acontece exatamente no horário previsto, sem os atrasos comuns do Brasil. Depois disso, veio o jantar. Quentinha pra todo mundo com comida coreana. Lembram do que dissemos no último post? Pois é. Aquela coisa. A solução foi comer arroz com alga. A alga é uma delícia. É ela que dá o gosto pro arroz, mas comer só isso é complicado.

Acabando de jantar, o melhor evento da noite: workshop com o baterista japonês Akira Jimbo. O workshop foi incrível. O cara é um gênio! Tocou sozinho, bateria e harmonia de músicas como as trilhas de Míssão Impossível, 007 e Piratas do Caribe. Não fosse o cansaço da viagem e a sujeira que estava impregnada na gente, teríamos curtido muito. O que aconteceu foi que ficamos todos brigando contra o sono e, em vários momentos, perdíamos, mas resistimos e fomos até o fim.

Depois disso, enfim, pudemos ir ao hotel, tomar banho e dormir. Beto e João morreram nas camas, Coelho morreu na banheira do hotel, enquanto Silvio e Thiago foram passear e encontraram a pizza mais barata de Seul. 2.000 Won (ou Puon, como apelidamos a moeda). 2.000 "Puon" valem R$ 3,14, segundo informações do site do Banco Central do Brasil.

Na manhã seguinte, acordamos às 7 horas pra aproveitar os únicos momentos que teríamos livres em Seul. Descemos pra um dos maiores cafés da manhã que já tomamos nas nossas vidas, e é aqui que falamos do hotel. O Lotte é uma cidade. Tem shopping, teatro e, pasmem, um parque de diversões! O Magic Island fica numa ilha artificial, dentro de um lago, do outro lado da rua do hotel. É um negócio surreal. Ao redor do lago, há uma pista de cooper. Demos uma volta nele, tirando várias fotos, fazendo vídeos e comparando as coisas boas que eles tem com as ruins que temos. Quanta discrepância!

Depois disso, foi partir pra o AX Hall pra a passagem de som. Esperamos, esperamos e esperamos até chegar a nossa vez de testar o som. A maioria de nós não almoçou, porque não gostou da comida, então comeram num café que havia no local. Depois da passagem de som, fomos ao foyer pra fazer uma zoada nos instrumentos que estavam expostos por lá. Rolou Suinga, Ivete Sangalo e Levanóiz. Filmamos e vamos postar isso pra vocês conferirem. Depois, Thiago ainda fez um mini workshop de bateria, ensinando os coreanos sobre bossa nova e samba, no instrumento.

Antes de começar o evento, rolou uma apresentação, onde as bandas eram chamadas simplesmente pra dar tchau pra o público presente. A gente tava parecendo estrela com essa onda. Engraçadão! Começamos a conferir as apresentações das bandas concorrentes e a gostar de muita coisa que ouvíamos. Tem música boa em todos os lugares do mundo, nesse caso, da Ásia. Nossa preferida foi unânime: a banda de Taiwan, que acabou em segundo lugar.

Quando chamaram a gente pra ir ao camarim, nosso pensamento era "até que enfim". É ruim ter que esperar tantas bandas tocarem antes, especialmente quando a gente vai tocar só uma música. Mas foi sensacional. Entramos com o "Ê pacô" de Miniminina, da Suinga, João deu boa noite em coreano e a galera foi à loucura. Começaram a acompanhar a introdução de Ela nas palmas e, daí em diante, foi só curtir o momento. Incrível! Pra fechar com chave de ouro, rolou um "Obrigado", também em coreano, e a galera ficou louca de novo. Saímos com a sensação de missão cumprida.

Depois disso, foi só esperar o resultado final e ir pra a festa de confraternização. Pra quem ia esperando um come água até de manhã, o choque foi enorme. A festa que aconteceu foi, na verdade, um jantar. Cada país tinha a sua mesa, teve discurso do presidente mundial da Yamaha, agradecimento de todas as bandas e vários tipos de comida oriental. No fim, como não podia deixar de ser, a galera do Brasil (não sei quem é) transformou o jantar numa festa de verdade. Até música de boate accapella teve. Foi um mangue que, infelizmente, durou só até as 23 horas. Normas do hotel.

Terminada a festa, só nos restou voltar ao quarto e dormir porque, no dia seguinte, partiríamos pra Tóquio, Japão. O objetivo: turismo! Matar a pau no café da manhã maravilhoso do hotel, entrar no ônibus e ir pra o aeroporto Gimpo.

Continua...

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

QUARTETO NA ÁSIA #1 - A Viagem


"Bi dá ibagens, han?!"

A correria foi tão grande nesses dias de vinda pra cá, que ficou difícil escrever qualquer coisa pro blog. Mas, agora que deu uma parada, acho que vai rolar.

Saímos de Salvador na quinta-feira, 12:35. A concentração no aeroporto 2 de Julho foi intensa. Pais, mães, irmãs, namoradas e tudo o mais. Parecia que a gente ia passar um ano longe, mas foi massa ver todo mundo junto, mandando energia positiva.

No voo, uma pessoa, que parecia não estar nos seus melhores dias, sentou ao lado de Silvio, resmungando de tudo e todos. A cena dela dormindo no avião é algo impossível de descrever. Só sei que o travesseiro dela tava num lugar, e o corpo em outro. Foi inevitável não dar risada da cena. Já em São Paulo, ela praticamente tirou o carrinho da mão de João e começou a pegar sua bagagem. Eram caixas e mais caixas. Parecia que não ia acabar nunca! Empilhou todas no carrinho e... a pilha despencou toda, sob os olhares e risos contidos de todos. A vontade era dizer "Toma sacana!".

Em Guarulhos, encontramos Renato Zangrossi, da Yamaha (nossa babá), fomos fazer o câmbio, comer uma pizza e embarcar. Sabe aquelas filas de banco que fazem vários zig-zags? Era a fila do embarque internacional. Eram todos os voos na mesma fila. Confusão! No caminho, tinha uns relógios com os fusos de várias cidades do mundo e a gente não podia perder uma piada interna clássica. João tirou a foto "Eu em Londres". Ainda deu tempo dele jogar um desodorante inteiro fora. Todo mundo falou o dia inteiro que não podia embarcar com mais de 100ml na bagagem de mão, e o surdo não ouviu nenhuma vez.

Entramos no avião por volta das 18h. Ele era um monstro, um Boeing 744, enorme! E o desespero começou a bater. Tudo dentro dele era em alemão. Os vídeos, falas das aeromoças, cartões, revistas... Tudo em alemão. Quem lê? No mais, a ida a Frankfurt foi muito tranquila, apesar das 11 horas de viagem. Thiago não pregou os olhos, Coelho deu ataque de rinite, João jogou o casaco em cima da cabeça pra tentar, em vão, dormir bem e Beto e Silvio, sentados na mesma fila, assistiram filme e dormiram, na medida do possível. Nossa alimentação no avião foi ótima. Nunca tínhamos comido tanto e tão bem em avião então, para os viajantes costumeitos, aquela comida foi dos deuses pra a gente. O detalhe foi pra as aeromoças perguntando as coisas pra Silvio, em inglês, e a resposta dele era sempre a mesma: "Coelhote?", esperando a tradução.

Chegamos em Frankfurt às 10:20 de lá (07:20 do Brasil), no dia 11. O aeroporto de lá é muito grande e não demorou pra a gente se perder. Coelho precisava fazer o check in, pois houve um problema com a passagem dele e só o entregaram a passagem do primeiro trecho, então rodamos o aeroporto em busca de alguma informação pra que ele pudesse pegar a do segundo. Na fila do check in, encontramos uma brasileira, que mora na Alemanha há 20 anos, e fomos pedir ajuda pra entender as coisas no aeroporto. O erro! Ela perguntou pra onde estávemos indo e, quando dissemos Seul, ela disse que o povo de lá é maravilhoso e que nós poderíamos encontrar Jesus lá. Nada contra Jesus, nada mesmo! Mas a conversa acabou ali. Não conseguimos nenhuma informação. Encontramos um restaurante e sentamos pra matar a fome. Aproveitamos pra matar a curiosidade experimentando uma cerveja alemã. Enquanto isso, Beto experimentava uma Coca-Cola, mas (muita ênfase nesse momento) TOMOU UM GOLÃO DE CERVEJA! Pra quem não sabe, Beto não bebe. Terminamos de comer, levantamos e fomos ao embarque, rumo ao nosso destino final: Seul.

O segundo trecho da viagem foi basicamente como o primeiro. A companhia era a mesma do anterior. As diferenças estavam na televisão, onde podíamos assistir a vários filmes e na comida, já tipicamente coreana. As possibilidades de filmes eram muitas: Thor, Lanterna Verde, entre outros, mas Silvio conseguiu uma façanha. Ele foi o único que encontrou, em algum lugar do além, Capitão América e depois a televisão dele travou. Mágica! E a comida? Difícil! Tinham coisas que nunca tínhamos visto, mas experimentamos. Tinha um saco com algo que parecia repolho com molho de tomate. ledo engano, pois era pimenta. Era muito ruim! Muito ruim mesmo, e todo nós deixamos sobrar.

Chegamos em Seul às 12:40, horário local (01:40 do Brasil), no dia 12 e a correria começou, mas isso é assunto pra o próximo post.

Não esqueçam! Dia 18, a gente toca no Groove Bar com a Velotroz. Esperamos todo mundo lá!